terça-feira, 17 de novembro de 2009

Judiciária desmantelou rede de prostituição


A Polícia Judiciária (PJ) identificou quatro homens, por suspeitas da prática dos crimes de tráfico de pessoas e de lenocínio, supostamente envolvidos no controle de prostituição de emigrantes à beira da estrada. Luso e Mealhada são apontados como alguns dos locais da rede, que operava na região

Segundo a PJ, o líder deste grupo acabou mesmo por ser detido, no seguimento de investigações que a polícia vinha fazendo há vários meses para perceber o esquema, onde “as vítimas, mulheres portuguesas e estrangeiras, se prostituíam em vários locais, na beira da estrada, nomeadamente nas zonas de Albergaria-a-Velha, Águeda, Mealhada, Luso, Figueira da foz e Condeixa-a-Nova, onde eram controladas pelos suspeitos”, diz nota da PJ.
Com esta operação, apelidada de “Cantoneiro”, a PJ abordou e identificou os suspeitos, assim como algumas vítimas, realizando várias buscas, que terminaram com a apreensão de “algumas armas proibidas, documentos e outros artigos relacionados com actividade delituosa do grupo”.
Segundo o mesmo comunicado, os quatro arguidos, com idades entre os 49 e os 50 anos, suspeitos dos crimes de lenocínio e tráfico de pessoas, têm todos antecedentes criminais por crimes da mesma natureza, e foram identificados no culminar desta operação, que decorreu desde o princípio da madrugada até ao final da noite da passada quarta-feira.
Refira-se também que o suposto líder da rede foi mesmo condenado pelo Tribunal de Aveiro a uma pena de 17 anos, saindo da prisão em 2005, por tráfico de mulheres e lenocínio agravado (entre outros crimes), vindo agora a prevaricar de novo no mesmo tipo de crime, aliando-se aos restantes criminosos da suposta rede, para desenvolver aquele “negócio”, que consistia em colocar as mulheres à beira da estrada nas zonas já referidas, recolhendo-as ao final do dia, assim como o resultado do negócio de prostituição, que, supostamente, eram obrigadas a fazer.
Aliás, a PJ apreendeu bastões, cajados, armas brancas, soqueiras, que seriam usadas pelos três indivíduos, no sentido de garantir a protecção das mulheres. Ou seja, a operação de vigilância que exerciam sobre as prostitutas tinha uma grande componente de protecção, uma vez que acorriam em seu socorro caso se registassem incidentes, que poderiam envolver clientes (violentos ou que não queriam pagar) ou, inclusive, “concorrentes”.
Entre as vítimas desta rede parecem estar várias cidadãs de nacionalidade romena, que terão sido aliciadas para trabalhar em Portugal, acabando por terem que se prostituir contra à vontade e com as ameaças ou mesmo violência do grupo que as controlava.
A operação da passada quarta-feira levou também as autoridades a apreender alguns objectos como armas brancas, bastões, cajados e soqueiras, alegadamente usados na protecção das vítimas contra clientes “especiais” ou para as intimidar a exercer a função. A PJ, que fez buscas domiciliárias às residências dos arguidos, apreendeu também “documentos e outros artigos relacionados com a actividade delituosa do grupo e várias armas”, entre essas, uma pistola e um revólver.
Dos quatro arguidos, só o cabecilha terá que fazer apresentações semanais às autoridades e terá que estar arredado de contactos e locais onde possa haver prostituição, enquanto os restantes estão sujeitos a Termo de Identidade e Residência (TIR).

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