terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cantanhede e Mealhada empurram TGV


O presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, acusa o seu congénere de Cantanhede de “falta de solidariedade” na questão da defesa dos dois traçados do TGV que estiveram em discussão pública até sexta-feira passada. O assunto levou os dois municípios a empurrarem o comboio para o concelho vizinho. Anadia está na expectativa, longe deste jogo do “empurra” mas reconhece que o melhor para o concelho é o eixo que defende a Mealhada
O presidente da Câmara da Mealhada não gostou do teor do documento que o Município de Cantanhede elaborou para a Agência Portuguesa do Ambiente em relação à defesa do traçado 5 do TGV, o que é manifestamente mais lesivo para o concelho da Mealhada.
“Se a posição de Cantanhede é de empurrar o TGV para a Mealhada há aqui uma grande falta de solidariedade”, diz Carlos Cabral. “Se pensam que é o traçado 5 que os prejudica não devem estar a ver como nós vemos, só porque querem preservar uma outra espécie, mas esquecem-se que este traçado não respeita a espécie humana, o homem, ao passar por cima de casas ou de cemitérios”, considerou o autarca, numa primeira reacção ao assunto.
Carlos Cabral continuou a contestar a posição do município vizinho e garantiu mesmo que “o IC12 não traz proveito nenhum para a Mealhada e que para tal a Mealhada prestou solidariedade a Cantanhede”.
Para o edil mealhadense “é pena que as pessoas não vejam aquilo que é óbvio”, ou seja “toda a gente sustenta que é preciso defender isto e preservar aquilo, mas esquecem-se que precisamos de preservar o Homem, mas é como digo se Cantanhede quer empurrar para a Mealhada é porque não tem noção do que é a solidariedade”.
Carlos Cabral reagia desta forma à posição que o município de Cantanhede tomou no período de consulta pública que apontava que o traçado da Ligação Ferroviária de Alta Velocidade (TGV) que melhor serve os interesses do município é o preconizado na solução cinco do estudo prévio encomendado pela RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade. Aquela posição consta da deliberação camarária aprovada por unanimidade e foi reforçada pelos presidentes de junta de Freguesia de Murtede, Sepins e Bolho, que “também se manifestaram nesse sentido numa reunião preliminar com o presidente da Câmara”.

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