O Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada voltou a sair à rua para dois desfiles, marcados pelo afinco e dedicação das escolas de samba, que não fizeram arredar pé do sambódromo alguns milhares de espectadores que aguentaram chuva e frio para ver o Carnaval com mais samba do nosso país. Com um rei que se revelou um dos pontos positivos, o evento mostrou melhorias organizativas mas não conseguiu cativar muito público
As escolas de samba mostraram, mais uma vez, que sabem fazer um Carnaval único neste país, cheio de cor, de ritmo e de alegria, a lembrar a folia brasileira. Este ano não foi excepção, foi mesmo de afirmação para o desafio colocado às cinco escolas participantes, que mostraram na avenida que quando têm tempo até conseguem fazer bem aquilo que se propõem: Um Carnaval a cheirar a Brasil.
Domingo e terça-feira - tirando alguns atrasos que momentaneamente se pensou terem “ensombrado” esta edição, no primeiro dia – foram o corolário de muitas noites de trabalho para mostrar o mundo mágico da Disney, com “Amor”, e muita dedicação, piscando um “Olho Mágico sobre a Índia” ou a incursão pelo sonho do Carnaval de Veneza. Temas fortes e cheios de magia, que cinco escolas sambaram e agradaram os visitantes de mais uma edição do carnaval da Mealhada.
Sem avançar com números de bilheteira, mas reconhecendo que esteve na Mealhada uma moldura humana longe das típicas enchentes do Sambódromo Luís Marques, a ACB ficou satisfeita com a edição 2010 e o certo é que quem veio assistir aguentou chuva e frio para ver desfilar mais de 2000 figurantes e os carros alegóricos das escolas, feitos com mão-de-obra portuguesa, um trunfo da organização para poupar no orçamento e para mostrar que o que é nacional é bom.
Em termos gerais, depois de ouvir público e intervenientes, o Carnaval melhorou mas não escapa às críticas das escolas, que deixaram alguns recados à organização para as próximas edições. Mas nem tudo foi criticado e as escolas são as primeiras a reconhecer que este Carnaval acabou por ser melhor que o anterior e que até houve mudanças que favoreceram o espectáculo.
Como nota positiva, e de alguma surpresa, destacamos o rei, que apesar de ter sido uma segunda escolha (pela indisponibilidade de um seu conterrâneo já contratado) deu um toque especial ao Carnaval da Mealhada. Alexandre Nero saudou o público lá no alto do seu reino, desceu à avenida, cantou, sambou, dançou em perfeita interacção com as escolas e o público. Terêncio esteve à altura nesta sua estreia em Portugal.
1 comentário:
Politiquices e suspeições à parte, acho que foi uma das melhores terças-feiras de sempre em termos de qualidade e quantidade de desfilantes. Quanto ao público, melhores dias virão...
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