sábado, 10 de fevereiro de 2007


NA ÉPOCA DOS DESCOBRIMENTOS
O TRAJE E A SOCIEDADE PORTUGUESA

Entre os dias 10 de Fevereiro e 13 de Maio de 2007, irá estar patente ao público no Museu da Pedra a exposição O Traje e a Sociedade Portuguesa na Época dos Descobrimentos
Esta exposição, que resultou de uma parceria entre o Município de Cantanhede e o Museu Nacional do Traje, pretende fazer uma síntese do vestuário mais característico usado pelos portugueses durante a aventura marítima nos séculos XV e XVI, com a representação das Três Ordens Sociais vigentes na época: Nobreza, Clero e Povo, através do traje de nobres e damas, mestres de cerimónia e pagens, populares masculinos e femininos, dominicanos e jesuítas.
No período dos Descobrimentos a sociedade portuguesa sofre uma mudança substancial de valores e o desenvolvimento económico gera condições de bem-estar e de qualidade de vida que se podem detectar, por exemplo, no facto de Gil Vicente ter sido convidado a apresentar o seu Auto da Visitação, na câmara do Paço da Ribeira, logo que o príncipe D. João nasceu, em 1502.
Em 1500, Lisboa e Sevilha constituíam as cidades mais ricas da Europa, concentrando-se nestas duas cidades, mercadores de várias origens, com o intuito de adquirir produtos exóticos e de luxo destinados às diferentes cortes europeias, tais como tecidos e tapetes, especiarias e marfins. Por outro lado, era a Península Ibérica que ditava a moda, razão pela qual a sua difusão também partia destes dois portos marítimos.
As senhoras usavam vestido comprido, formado por saia, sobre saia e corpete, sendo este espartilhado de forma a tapar, esconder e encouraçar o peito, retirando sedução ou feminilidade à silhueta. Como abafo, manufacturava-se a ropa, espécie de casacão com volumosas mangas tufadas.
O homem vestia calção curto com perneiras e gibão também curto com ombros enchumaçados, de modo a configurar uma silhueta robusta e forte. Meias altas e sapatos compunham a toilette. Em ambos os sexos era regra o uso de chapéu e toucado pois jamais se aparecia em público de cabeça descoberta.
Os Jesuítas, vestidos com os seus característicos trajes universitários, dominavam nas cortes portuguesa e espanhola na sequência do Concílio de Trento, tendo tido um papel de relevo na acção missionária, assim como os Dominicanos e Franciscanos, tanto mais que a língua portuguesa e a religião católica foram os fundamentais legados que muitos países herdaram de Portugal.
Os populares e os burgueses constituíam elementos representantes das camadas mais baixas da população, estando também representados nesta exposição.

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