sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ministério da Agricultura pode “asfixiar” Fundação

A falta de transferência de verbas do Ministério da Agricultura para a Fundação Mata do Bussaco pode pôr em causa o funcionamento da nova entidade gestora daquele património, podendo mesmo “asfixiar” a sua ainda precária actuação, disse ao Mealhada Moderna o presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, que garante que a autarquia é a única das duas entidades fundadoras a cumprir com o protocolado. Criada há precisamente um ano, a Fundação Mata do Buçaco está a passar por dificuldades financeiras por não ter recebido qualquer transferência de um dos fundadores (Secretaria de Estado das Florestas), quem o assegura é Carlos Cabral, frisando que “até agora a única entidade que está a assumir as suas responsabilidades é a Câmara da Mealhada”.
“Não digo mais nada porque há que dar tempo ao tempo, mas o Ministério da Agricultura não transferiu, até agora, nenhum cêntimo”, disse o edil, acrescentando que “não me venham dizer agora que é por causa do orçamento de Estado só ter sido aprovado agora, está na Lei, a própria Administração Central tem sido gerida por duodécimos, então já deviam ter vindo para a Fundação Mata do Bussaco, na minha modesta opinião, pelo menos quatro duodécimos, que não vieram”. “Eu espero que a Administração Central assuma as suas responsabilidades porque sei que neste momento a Fundação está no início de actividade e sente a falta desse contributo”, disse Carlos Cabral.
O presidente da Câmara alertou ainda para o momento actual daquela nova entidade gestora da Mata do Buçaco que “está a passar por grandes privações, muito superiores àquelas por que passou durante algumas dezenas de anos”, garantindo que vai continuar a fazer sentir que “é altura da Administração Central cumprir a sua obrigação financeira”, apesar de a Fundação “ter feito muito, sem dinheiro, nestes últimos cinco meses”. Mesmo assim, se o Estado não assumir aquelas responsabilidades financeiras “corre-se o risco, muito rapidamente, de haver uma asfixia dos próprios serviços, quase rudimentares que existem, temos que estar muito atentos porque não podemos deixar cair a Fundação num fosso, num abismo terrível, e que não chegássemos à conclusão que a Fundação se poderia transformar num presente envenenado para a Mata do Buçaco”.

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