quarta-feira, 3 de maio de 2006




REUNIÃO DA CÂMARA DA MEALHADA

INCÊNDIOS AQUECERAM DISCUSSÃO



Foi a questão dos incêndios que aqueceu a discussão, na última reunião do Executivo da Câmara Municipal da Mealhada. Carlos Marques, vereador da bancada laranja, alertou para o facto de não haver um plano estratégico definido, para a prevenção e combate a esse flagelo. A discussão deu-se na passada quinta-feira, curiosamente, uma semana após uma palestra que decorreu sobre a temática da floresta, na Pampilhosa

Renato Duarte


A palestra organizada pelo Movimento Cívico Odete Isabel, sobre «que floresta queremos», que decorreu na Pampilhosa, serviu de pretexto para a oposição social democrata, pela voz de Carlos Marques, reivindicar a necessidade de ter “outro tipo de preocupações”, para prevenir “eventuais catástrofes” nessa área.
Ainda no período antes da ordem do dia, o vereador avançou mesmo com propostas, alertando para a “importância que teria um gabinete técnico florestal”. Carlos Marques transmitiu ainda algumas críticas, que terão sido feitas à autarquia, durante a acção, lamentando ainda a ausência de Carlos Cabral, que não esteve presente na mesma.
Em resposta, o presidente da Câmara justificou a sua ausência com “motivos particulares, de ordem familiar”. Ainda assim, lembrou que apesar de não ter estado presente, a vice-presidente, Filomena Pinheiro, “esteve em representação da autarquia”.

“Lei não obriga”

Quanto às críticas, Cabral lembrou que o concelho da Mealhada foi “um dos que registaram menor taxa de área ardida”, no último Verão. “Aproximadamente, 90 por cento dos incêndios que afectaram a Mealhada tiveram origem noutros concelhos limítrofes”, afirmou.
Relativamente às afirmações do comandante dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, que lembrou o facto de não existir no concelho um plano municipal de defesa da floresta, o autarca garantiu que “essa não é uma obrigatoriedade”. “Tal como não obriga que tenhamos um gabinete técnico florestal”, acrescentou. Quanto ao remetente da afirmação, Cabral lembrou que “as corporações de bombeiros do concelho, não se podem queixar do apoio que lhes tem sido prestado pela Câmara”.
Carlos Marques insistiu, lembrando que “o Executivo não deve apenas fazer aquilo que a lei obriga”. “Há casos em que devemos ir mais além, tal como este”, acrescentou.

“Pioneiros na vigilância”

Ainda na opinião do vereador social democrata, “o facto de não termos sido tão devastados por incêndios, quanto o foram outros concelhos, isso não significa que nos devamos acomodar”. “É necessário prevenir”, alertou.
Filomena Pinheiro, a representante da autarquia na palestra, questionou a validade da mesma. “Era uma acção que visava reflectir sobre que floresta queríamos, mas acabou por motivar apenas discussões sobre incêndios. Algumas das pessoas que estiveram nessa acção, tinham apenas o intuito de provocar”, considerou.
Quanto à inexistência de um plano de defesa da floresta no concelho, a vice-presidente lembrou que, “até aqui, esta não se tem revelado fundamental”. Posto isto, Filomena Pinheiro optou por lembrar que a Mealhada, “foi um dos primeiros concelhos a ter brigadas de vigilância, na época de Verão”.
(lER TEXTO NA ÍNTEGRA NA EDIÇÃO Nº138 DO SEMANÁRIO MEALHADA MODERNA)

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