quarta-feira, 19 de julho de 2006


Fernando Castro, presidente da Confraria dos Enófilos da Bairrada
"Temos potencial para sermos competitivos"
Nascida há 27 anos, conta com cerca de 400 membros, a mais antiga confraria báquica do país. Actualmente presidida por Fernando Castro, a Confraria dos Enófilos da Bairrada vem contribuindo para inverter um cenário desfavorável junto do mercado para os produtos da região. O responsável abordou os principais problemas do sector e não admite uma possível extinção da Comissão Vitivinícola da Bairrada

Mealhada Moderna (MM): A Confraria dos Enófilos é conhecida pela realização do concurso "Os Melhores Vinhos da Bairrada". Que outras acções desenvolve?
Fernando Castro (FC): Estatutariamente, a confraria visa a defesa dos vinhos da região da Bairrada. Como tal, tem que desenvolver todas as acções que estiverem ao seu alcance para atingir esse desidrato. Um dos actos em que se tem consubstanciado essa sua acção tem sido, efectivamente, o referido concurso dos melhores vinhos da produção, ainda sem marca, mas produzidos na Bairrada e aptos a poderem ostentar essa mesma denominação. Para além dessa, outras actividades que se têm desenvolvido são, por exemplo, acções de divulgação dos próprios vinhos, nos diversos sectores, em conjunto com outras instituições, ou isoladamente. Temos promovido eventos de divulgação da Bairrada, juntamente com outras confrarias, participando em actividades promovidas pelas próprias, sendo estas báquicas ou gastronómicas. Até porque, o vinho é um elemento da gastronomia. Temos também procurado desenvolver acções de formação para os nossos associados, nomeadamente visitas de estudo a outras regiões vitivinícolas do país ou estrangeiro.
MM: Tanto quanto sabemos, a Confraria dos Enófilos da Bairrada é uma das mais antigas, se não a mais antiga, do país. Que balanço faz da sua actividade?
FC: É uma questão delicada. Enquanto confrade, considero que tem cumprido com as suas obrigações, conforme já referi diversas intervenções que considero importantes. Relativamente a outras confrarias, não tenho elementos para avaliar e saber se a postura daquela que presido tem sido tão significativa quanto o deveria ou não ser. Não posso responder nessa perspectiva. No meu mandato, estamos no início e não posso estar a tirar conclusões precipitadas.
MM: Acha que a confraria tem contribuído para a evolução do sector vitivinícola da Bairrada?
FC: Temos passado por momentos mais profícuos do que outros, ao longo destes quase 27 anos de vida da confraria, mas comecemos pelo primeiro: a confraria contribuiu, logo no seu início, de forma marcante, para a delimitação da região demarcada da Bairrada. A existência da confraria é anterior à criação da região demarcada da Bairrada e contribuiu de forma decisiva para isso. Para além das actividades que já referi, a confraria desenvolveu numa ou noutra altura, a discussão de temas, ou jornadas técnicas, sobre os vinhos da Bairrada. Inclusivamente, trouxe até à região especialistas na área do vinho e da vinha, internacionais e estrangeiros.
MM: Quais são as principais apostas e objectivos do seu mandato?
FC: Para o nosso mandato, que começou em Março, temos objectivos bem definidos. Queremos melhorar o funcionamento interno da confraria, tal como pretendemos aproximar a confraria dos seus associados. Procuramos continuar a desenvolver e dinamizar todas as acções que têm vindo a ser executadas. Concretamente, procurámos já dar um novo figurino, com outra visibilidade, a este concurso dos vinhos, promovendo uma adesão mais significativa possível por parte dos produtores. E isso foi conseguido. Quisemos dar mais visibilidade e maior divulgação ao evento, através de revistas e jornais, o que de certo modo foi conseguido. Temos vindo a procurar fazer a apresentação dos vinhos da Bairrada, em conjunto com outras instituições. Nomeadamente no sector da restauração, o que aconteceu por exemplo, durante a Feira do Vinho e da Vinha. Vamos promover algumas acções conjuntas com o Museu do Vinho e da Vinha. Pretendemos estreitar laços com a Comissão Vitivinícola da Bairrada, para dar mais voz à região, numa altura em que se fala em reorganização das regiões vitivinícolas nacionais. Vamos retomar as actividades das viagens de estudo, para associados e todas as pessoas que queiram aderir. No âmbito das comemorações do centésimo curso de vinificação da Estação Vitivinícola de Anadia, vamos também colaborar nessas jornadas, e entronizar dois confrades honorários, que são, normalmente, pessoas de destaque que contribuam de forma decisiva para a resolução da problemática do vinho.
(LER ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NA EDIÇÃO IMPRENSA Nº149)

3 comentários:

Anónimo disse...

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