quinta-feira, 28 de dezembro de 2006


Assembleia Municipal da Mealhada

Cabral ignorou dúvidas da oposição… que ficou em «brasa»


A bancada do PSD na Assembleia Municipal nem queria acreditar. Colocou uma série de dúvidas sobre o orçamento e opções do plano da autarquia para 2007. Mas Carlos Cabral ignorou as perguntas. Quem não se conteve foi o social-democrata Mano Nunes. Inconformado com a atitude, não hesitou em chamar de «arrogante, prepotente e autista» ao presidente da edilidade. Indignados, aos social-democratas só restou votaram contra o documento, valendo a maioria socialista para validar o Orçamento da autarquia para 2007


Isabel Gomes Moreira

Mano Soares foi quem mais se insurgiu contra a atitude do presidente da Câmara, ao não responder às questões levantadas pelo social democrata António Miguel Ferreira, considerando o acto “uma desconsideração” por parte do edil.
António Miguel Ferreira questionava o presidente sobre as previsões das receitas: “Sobre as receitas de capital, verificámos que em 2006, dos 7.684.642, 00 euros, somente foram cobradas, até 11 de Dezembro, 3.159.521,00 euros”, que em termos percentuais dá um valor de 41% de cobrança. Será este valor excessivamente baixo?”, questionou o membro social democrata, falando ainda na receita que a Câmara prevê arrecadar com a venda de terrenos e edifícios, interrogando-se “se não será essa uma previsão demasiado optimista?”.
António Miguel Ferreira questionava ainda o executivo sobre “a elevada quantia colocada na rubrica outras”, que segundo o social democrata “corresponde a 3,11% das receitas previstas neste orçamento”.
O membro social democrata lançou ainda outras questões, nomeadamente sobre as razões que justificam “uma previsão da diminuição de receita, em cerca de 7% em relação ao ano passado” e sobre “a diminuição de verbas atribuídas às associações culturais e recreativas”.
As perguntas de António Miguel Ferreira não se ficaram por aqui, querendo ainda saber se a Câmara “tem garantias governamentais ou protocolos que permitam inferir que a plataforma rodoferroviária da Pampilhosa vai mesmo avançar” e se a “verba incluída em orçamento de 2006 para a remodelação da Av. Navarro no Luso foi utilizada”.
António Miguel Ferreira, durante a sua intervenção, criticou ainda “o secretismo” à volta do campo de golf da Pampilhosa, questionando Carlos Cabral sobre “se será este ano que vamos ter algo de concreto sobre esta matéria”.
A intervenção de António Miguel Ferreira surgiria após as explicações de Carlos Cabral sobre o orçamento: “este documento tem uma característica fundamental: o rigor”. O presidente da Câmara, durante a sua intervenção, destacaria ainda algumas das “apostas” da Câmara, falando nomeadamete da zona industrial da Pedrulha, plataforma rodoferroviária da Pampilhosa e o reforço no sector da educação.
“Estamos esclarecidos quanto à posição do PSD”, disse Cabral em resposta a António Miguel Ferreira, que disse que “só o executivo socialista é reponsável pelas suas opções, uma vez que não ouviu os membros das outras forças políticas”. Parco em palavras o presidente fez dois ou três esclarecimentos e depois disse: “fico-me por aqui”.
“Obrigado pelo não esclarecimento”, disse António Miguel Ferreira.

(LER NOTÍCIA NA ÍNTEGRA EDIÇÃO IMPRESSA 27-12-2006)

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