quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ASSEMBLEIA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA

“O Hospital da Misericórdia nunca esteve nem nuca estará à venda”, garantiu o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, João Peres, na assembleia de domingo, que aprovou, por unanimidade, o plano de actividades e orçamento da instituição.
Confiante e optimista quanto ao futuro do hospital. Foi assim que João Peres se dirigiu aos “irmãos” da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada na última assembleia. “A questão está perfeitamente controlada e, apesar das nossas dificuldades que ainda são bastantes, as perspectivas são boas e o futuro é risonho para satisfação de alguns e menos de outros”, afirmou o provedor, aproveitando a ocasião para enviar um recados aos “detractores” da instituição: “não pensem que o hospital está à venda, podemos fazer parcerias, se forem ao encontro do interesse da instituição, mas nunca colocaremos o hospital à venda”. Afirmações feitas pelo provedor para afastar “boatos” que, segundo o próprio, levaram a ARS a questionar a instituição. “Estamos convictos que venceremos esta batalha, os indicadores assim o dizem”, acrescentou João Peres. Para sustentar o discurso optimista, diferente daquele que vinha a ser feito, o provedor avançou com números: “projectamos um ano de resultados líquidos ainda negativos no valor de 518,121 euros, no entanto, com as amortizações a ascenderem a 585,893 euros e os encargos financeiros a cifrarem-se em 273,024 euros, o EBITA ascenderá a 263,263 euros positivos”. Indicadores que levam o provedor a apontar para “uma recuperação do hospital”. “O ano de 2009 será um ano de expansão consolidada. De acordo com os recentes desenvolvimentos das negociações com as entidades competentes, e depois de muito termos argumentado pela necessidade social e capacidade do nosso hospital, as convenções com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas áreas da imagiologia e fisioterapia arrancarão já em Janeiro de 2009. Tais convenções, para além da utilidade social inequívoca, representarão a rentabilização da capacidade instalada que dispomos desde o primeiro dia e para a qual dimensionámos o nosso hospital”, afirmou o provedor. Ainda de acordo com João Peres, “apesar de se terem definitivamente dissipado os piores cenários” para o Hospital, “a mesa tem mantido contacto com algumas entidades dispostas a analisar o hospital e a propor parcerias, não tendo havido até ao momento qualquer resposta concreta”.
No decorrer da assembleia, o provedor da Santa Casa da Misericórdia referiu-se ainda às restantes valência da instituição, sublinhando que para a área dos idosos se estima igualmente um resultado negativo, na ordem dos 3230 euros, ao contrário da infância, que espera um resultado positivo de perto de 21 mil euros.
João Peres anunciou ainda que os próximos tempos não serão de investimento, sublinhando que os fundos gerados serão usados na manutenção da estrutura e pagamento às instituições bancárias e a fornecedores. Apesar da palavra de ordem ser a contenção, a instituição pondera avançar com o projecto de remodelação do Lar Dr. Cânova Ribeiro, na sequência das exigências apontadas pela Segurança Social.
O provedor referiu ainda que o centro de noite está concluído e equipado, no entanto, não tem havido procura desta valência, tendo a mesa sugerido à Segurança Social o preenchimento com vagas de lar, mas ainda não obteve resposta daquele organismo.
Em relação ao mercado, a instituição continua a defender que cabe à Câmara avançar com a sua remodelação, com vista a adequar o equipamento às exigências legais, quer ao nível de higiene quer de segurança.
João Peres afirmou ainda que há projectos que a Misericórdia terá que equacionar a curto médio prazo, como as obras de alargamento dos serviços administrativos da sede e do hospital, bem como a criação de uma escola do primeiro ciclo da instituição. Sobre este último projecto, o provedor deu conta que “já se procedeu à recolha de documentação e guia de procedimentos através da reunião havida com a Direcção Regional de Educação, encontrando-se em execução um processo de levantamento das actuais instalações do ATL para que se possa junto da DREC proceder a um pedido de parecer prévio, com a maior brevidade possível”.
De salientar, por fim, que é objectivo da instituição aumentar para 30 o número de camas dos cuidados continuados.
O plano de actividades e orçamento foi aprovado por unanimidade. Em 2009 a Santa Casa da Misericórdia estima atingir um volume total de proveitos de 5.802, 550 euros a que corresponderão custos no montante de 6,259,741, o que significa um resultado líquido previsional negativo de 457,192 euros.

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