terça-feira, 8 de agosto de 2006

Homero Serra e Jorge Carvalho, da Junta de Freguesia do Luso

“As termas são o patinho feio”

“Temos que estar alarmados porque de facto, o futuro não se afigura risonho. Se não há movimento, as pessoas vão sendo obrigadas a fechar portas”, diz o presidente da Junta de Freguesia do Luso, Homero Serra, a propósito da diminuição de turistas. O autarca, em entrevista ao nosso jornal, diz ainda que as termas têm sido o “patinho feio” da Sociedade da Água de Luso. Considerando que o Luso tem condições ímpares, Homero Serra recorda a necessidade de revitalizar as termas e defende que a criação de um estabelecimento de ensino privado ajudaria ao desenvolvimento daquela localidade

Renato Paulo Duarte

Mealhada Moderna (MM): O Luso é um pólo turístico por excelência?
Homero Serra (HS): O nome Luso-Buçaco é conhecido mundialmente, pelas suas infra-estruturas. Agora, é um facto que estão a ser mal aproveitadas. Mas continuamos a ser um dos destinos mais desejados da Europa. É fundamental que se concretize a revitalização das termas do Luso, mas também a recuperação da Mata do Buçaco. Neste último caso já se deu o primeiro passo e a Junta de Freguesia teve um papel preponderante, pressionando, junto do poder central, para que houvesse uma intervenção. Já foi conseguido aquilo que consideramos um terço para a recuperação da mata. As outras etapas acabarão por ser ultrapassadas. Os termalistas que eram os dinamizadores do comércio local, não aparecem. E os que aparecem são poucos.

MM: Como vê o processo de revitalização das termas do Luso?
Jorge Carvalho (JC): Aguardamos que, tal como o Dr. Alberto da Ponte afirmou, a Sociedade das Águas de Luso inicie, ainda este ano, todo o processo de revitalização das termas de Luso. Queremos que eles aprovem novos conceitos estratégicos para a actividade termal, fixando e negociando parcerias para a gestão do estabelecimento termal. Isto, aprovando o projecto para as obras tão necessárias no balneário termal. Aguardamos que isso se faça de acordo com o que foi prometido à Câmara Municipal da Mealhada, no programa Luso/ 2007. Recordo que esse programa foi divulgado pela SAL em acto público. Essas promessas têm de ser para cumprir. Foi por isso que, no Luso, muita gente acabou por não se opor à adopção da água para o Cruzeiro, na Vacariça. Todos nós temos consciência da importância de dar condições à SAL para manter a água de Luso como líder do mercado, mas o negócio só é bom, quando ambas as partes saem beneficiadas.

MM: Ao nível de infra-estruturas o Luso está, então, devidamente apetrechado?
HS: Sem dúvida que sim. Parque de campismo, centro de estágios, piscina, campos de ténis, entre outras infra-estruturas, são a prova disso. Desde há dezasseis anos para cá, com a gestão socialista, o Luso teve uma evolução fantástica. Ainda há bem pouco tempo tivemos cá os campeonatos nacionais de atletismo, pelo facto de termos uma pista de tartan de excelente nível. Nesse fim-de-semana, pelas informações que temos, não existiam camas vagas no Luso. Isso quer dizer que as infra-estruturas que temos têm ajudado e muito a dinamizar a economia e o turismo da nossa terra.
(Ler entrevista na íntegra na edição nº151 do Semanário Mealhada Moderna)

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